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Soja      
Reinoculação aumenta produção de soja em até 9%
Tecnologia que aplica bactérias fixadoras de nitrogênio nas sementes melhora os ganhos de produtividade e reduz gastos
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Juliana Royo
19/10/2010

O uso de inoculantes de nitrogênio nas sementes de soja já é uma prática comum entre os produtores brasileiros. A cultura é muito exigente em nitrogênio e precisa de grandes quantidades do nutriente para se desenvolver. As bactérias fixadoras de nitrogênio que são introduzidas melhoram a produtividade da soja, sem impacto ambiental e com redução de custos. Atualmente, não é mais viável utilizar fertilizantes químicos minerais como a ureia para adubar a cultura. Isto já está amplamente disseminado entre os produtores. O que muitos ainda não sabem é que a reinoculação, ou seja, a aplicação dos inoculantes em toda nova safra, aumenta ainda mais a produtividade do grão. Estudos da Embrapa Agropecuária Oeste mostram que essa melhora de produtividade varia de 4% a 9%, dependendo da região.

— Para se ter uma ideia, se fôssemos utilizar fertilizante químico nitrogenado na cultura da soja no Brasil seria praticamente inviável economicamente, uma vez que a necessidade para se ter uma produtividade de três mil quilos por hectare é necessário mais de uma tonelada de ureia. Isto tem um custo econômico muito alto e um custo ambiental elevado também, porque as formas nitrogenadas podem ser lixiviadas para o lençol freático e trazer problemas para saúde humana. O Brasil é um país muito bem sucedido com esta prática da inoculação nas sementes de soja. Os ganhos com a inoculação de sementes geram para o Brasil anualmente, em cada safra, uma economia de cerca de US$ 6 bilhões. É o que o País deixa de gastar com nitrogênio químico mineral, que é 100% dispensável — enumera o pesquisador Fábio Martins Mercante, da Embrapa Agropecuária Oeste.

Mercante esclarece que, embora visualmente a soja não apresente nenhum sintoma de deficiência em relação ao nitrogênio, mesmo assim a reinoculação é recomendada. Dados na Região Sul e Centro-Oeste mostram incrementos em média de 4,5% a 8%. No Estado do Mato Grosso do Sul, especificamente, uma avaliação das dez últimas safras de soja (de 2000/01 até a safra 2009/10) mostrou ganho médio de 9,1% na produtividade em relação às plantas que não foram inoculadas ao longo das safras. No caso de uma área de primeiro cultivo de soja, o uso de inoculantes é essencial. Sem ele, a planta não terá nitrogênio suficiente para se desenvolver e a produtividade será muito baixa porque os solos brasileiros não têm a presença da bactéria fixadora de nitrogênio. O pesquisador diz até que em caso de primeiro cultivo a dose de inoculante pode ser dobrada para garantir um bom desenvolvimento da soja. 

Para que a ação do inoculante seja a melhor possível, o produtor deve tomar alguns cuidados. A aplicação deve ser feita no dia em que a semente será plantada e não deve ser misturada a nenhum outro tipo de substância. No caso do agricultor querer usar fungicidas ou aplicar micronutrientes como cobalto e molibdênio, o inoculante deve ser acrescentado separadamente ao final de todos os processos. O inoculante pode ser aplicado na forma líquida ou turfosa. No caso da utilização do inoculante turfoso, o pesquisador explica que é preciso misturar uma substância adesiva que pode ser uma solução açucarada preparada pelo próprio produtor.

— É importante a gente observar que existem outros fatores nutricionais e ambientais que também devem ser considerados para potencializar os benefícios do uso dos inoculantes microbianos na cultura da soja, entre eles a demanda de fósforo e cálcio que podem afetar o crescimento da planta. O manejo da cultura pode ser usado à favor da interação da planta com a bactéria fixadora de nitrogênio. No caso do manejo conservacionista, como o Plantio Direto, a bactéria é beneficiada pela maior umidade do solo. Além disso, a palhada forma uma camada de resíduos na superfícies, evitando que os raios solares atinjam as bactérias e comprometam o seu trabalho — explica Mercante.

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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Walter José Souza Buzatti
01/12/2010 22:20:53
Gostaria de saber onde estÒo apresentados os dados de ganho com inoculaþÒo. Gostaria de saber tb por quÛ os resultados apresentados no livro de Bilogia dos Solos do Cerrado nÒo apresenta resultados consistentes na inoculaþÒo?
sds walterbuzatti@hotmail.com

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